Setores Da Bolsa Revelam Protagonistas Dos Recordes De 2025
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A B3 vive, em 2025, um de seus períodos de ascensão mais marcantes da última década, consolidando um rali que levou o Ibovespa a patamares inéditos. Desde 3 de novembro, quando rompeu a barreira dos 150 mil pontos, feito inédito em sua história, a bolsa brasileira nunca mais fechou abaixo desse nível. No ano, acumula avanço próximo de 30%, posicionando o mercado brasileiro entre os melhores desempenhos globais.
Não é segredo que essa performance tem sido motivada por uma combinação de fatores. Com a perspectiva de queda de juros nos Estados Unidos, o Brasil tem recebido parte do fluxo de capital estrangeiro destinado aos países emergentes. A percepção é de que a bolsa brasileira segue barata e atrativa diante da mudança macroeconômica global.
No entanto, a forte alta do índice foi tudo menos uniforme. “O rali de 2025 não foi apenas uma alta generalizada do Ibovespa; foi uma reprecificação liderada pelo Brasil doméstico, apoiada por uma mudança de humor global e por fundamentos locais que começaram a se reorganizar”, afirma Wilson Barcellos, CEO da Azimut Brasil Wealth Management.
Como de praxe, a contribuição em pontos para o Ibovespa foi ditada pelos pesos pesados da bolsa, especialmente os setores financeiro e de utilities, que, juntos, foram responsáveis por 69% da alta total do índice, segundo cálculos de Daniel Gewehr, estrategista-chefe do Itaú BBA. “Do lado oposto, notamos o setor de energia (óleo e gás) como detrator, influenciado negativamente pela queda do preço da commodity”, avalia.
Em relatório recente sobre os resultados do terceiro trimestre de 2025 (3T25) da B3, o J.P. Morgan avaliou o bom desempenho da própria bolsa como empresa, já que os números ficaram 5% acima das projeções da instituição financeira. A receita bruta também superou as estimativas do banco em 4%.
Análise setorial
Apesar da forte contribuição das blue chips, a reprecificação mais intensa ocorreu nos setores mais sensíveis ao ciclo de juros domésticos. A B3 tem mais de 60 índices, classificados entre amplos, de governança, setoriais, de sustentabilidade e alguns em parceria.
Uma análise exclusiva feita pela Quantum Finance para a Forbes Brasil, especificamente sobre os setoriais, indica que o setor imobiliário (IMOB), que inclui empresas de construção e incorporação, foi o grande protagonista em termos de ganho percentual, com 81,09% no acumulado do ano.
“A lógica é conhecida: basta o mercado enxergar uma trajetória futura de queda da Selic, tese reforçada pela postura austera do Banco Central, para que ações de longa duração reajam de forma antecipada. Melhoras graduais na renda, ambiente estável de crédito e expectativas de retomada do consumo completaram o quadro”, diz Barcellos.
Logo atrás aparece o setor de utilities (UTIL), que reúne companhias de energia elétrica, saneamento e gás, com avanço de 61,37% no ano, seguido pelo Índice de Energia Elétrica (IEE), que acumula alta de 56,5%. Confira abaixo o avanço dos sete índices setoriais:
Ações campeãs
A sondagem da Quantum Finance também avaliou as cinco ações que mais valorizaram dentro de cada índice setorial. A líder é a Cogna, que avançou 260,89% no ano. No balanço do 3T25, a empresa registrou lucro líquido de R$ 191,6 milhões, revertendo o prejuízo do ano anterior. No acumulado de 2025, o lucro chegou a R$ 405,5 milhões, ante perdas de R$ 46 milhões em 2024. A alavancagem caiu para 1,11 vez, o menor nível em 28 trimestres.
A Movida aparece em segundo lugar, com alta de 206,69%. A empresa reportou, no 3T25, lucro líquido de R$ 70 milhões e redução da alavancagem, que atingiu o menor nível em cinco anos. Das 35 avaliadas, 11 superaram os 100% de valorização e, dessas, duas ultrapassam 200%. Das 10 que mais valorizaram, metade pertence ao setor imobiliário, o que ajuda a explicar o bom desempenho do IMOB e seu protagonismo. Confira abaixo as que valorizaram acima de 100%, segundo o estudo da Quantum:
Peso do mercado externo
Grande parte do movimento que ditou o ritmo da B3 em 2025 pode ser rastreada ao mercado externo. A tônica de um dólar mais fraco globalmente, o redirecionamento de capital para mercados emergentes e o ciclo de corte de juros do Fed beneficiaram de maneira significativa os índices de ações de emergentes, incluindo o Brasil. Historicamente, o país funciona como um beta de performance desses mercados, afirma Gewehr.
A entrada de capital estrangeiro foi decisiva, com aporte de cerca de R$ 30 bilhões na B3. “O fluxo desses investidores têm ditado o ritmo da bolsa durante grande parte do ano, num cenário ainda desafiador para captação de fundos de ações, apesar da boa performance no período e da baixa alocação do investidor local”, diz o estrategista.
Ao mesmo tempo, no front doméstico, a Selic permaneceu em 15% ao longo do segundo semestre, com o mercado projetando cortes somente em 2026. “Esse ambiente combinou o melhor dos dois mundos: manutenção de dividendos elevados nas defensivas e antecipação de ciclo para empresas sensíveis a juros”, afirma Barcellos.
Como andam os múltiplos
Outro comprador relevante que injetou fluxo no mercado em 2025 foram os programas de recompra de ações. O Brasil atingiu o maior nível de programas em aberto, totalizando 128, o que sinaliza que as próprias empresas estão usando seu capital para injetar liquidez, diz Gewehr.
Segundo ele, apesar do forte rali, a bolsa brasileira ainda mantém patamares de valuation atrativos, especialmente em comparação com o cenário global. A bolsa negocia a 9,2 vezes P/E (preço/lucro), o que representa desconto de 12% sobre sua média histórica. Enquanto isso, o mercado global negocia com prêmio de 16% em relação ao histórico.
Gewehr afirma que, embora os múltiplos já não estejam tão assimétricos quanto no início do ano, ainda se mostram atrativos quando comparados com a qualidade e os retornos entregues pelas grandes empresas domésticas e financeiras.
Além da reprecificação, alguns setores tiveram performance atrelada a revisões de lucro positivas, impulsionadas por bons resultados trimestrais ao longo do ano, mesmo em um ambiente de juros altos e desaceleração da atividade no segundo semestre de 2025. Um dos exemplos é que o setor financeiro negocia a cerca de 9 vezes P/E, e o setor de utilities negocia a uma taxa interna de retorno real atrativa, entre 10% e 11%.
A conclusão é que o ano de 2025 não apenas levou o Ibovespa a recordes, mas também simbolizou uma mudança na narrativa do mercado.
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